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[233] amar alguém

31.5.05

(mona kuhn )


Amar alguém
é uma longa viagem –

penhascos, quedas de água e momentos escuros
inesperados, dilatados
perímetro de florestas,
relâmpagos por vezes
sobre o silêncio tão vasto do mar

e estradas sobrelevadas, gritos

avenidas subitamente mergulhadas
numa luz desconhecida.

Amar um, mil, todos
é como segurar um mapa contra o vento.
Nunca se consegue mas o coração
puseram-mo no centro do peito
para este elevado, maravilhoso fracasso.

Nos planaltos de cada noite
eis-me com as explicações e as mãos viradas ao contrário
da poesia:
não lhes faças mal, são teus, não os mandes embora.

(Davide Rondoni, traduzido por José J.C. Serra)

[232] a ocupação de quem não tem medo


(monica stewart, whisper)

Conhecer a respiração, com exactidão
é a ocupação dos amantes
tocar
a água misteriosa
do rosto silencioso
dizer meu
amor como se nada fosse
a impaciente luz dos dedos
aquele que treme e não deixa
de tremer.

Conhecer a respiração do dia, a que sopra
pelo anoitecer
é doce anseio
se o ouro escuro, o nada
a sombra ardente
dos rostos que se tocam –
e queima a hipnose
das voltas do relógio.
Não levanteis os braços
contra a chegada das noites, da pura luz
exclamativa das estrelas.
Amar é a ocupação
de quem não tem medo.

(Davide Rondoni, traduzido por José J.C. Serra)

[231] dar espaço à sombra...

mona kuhn


É preciso paciência no amor
e também impaciência,
luz, mas também dar
espaço à sombra.
Sabe-o o velho pinheiro, alto, no pátio
que viu das janelas
e deteve o voo
de palavras que por tristeza se queriam atirar
e depois viu
vidros escancararem-se ao sol
afastar o medo, o cansaço
e o morrer das casas.
Sabe que reteve suspensas
as vozes alteradas dos petizes
os olhares das mulheres
solitárias a fumar às janelas.
É preciso paciência no amor
e também fúria,
a fúria bela das crianças
que riem e dão cambalhotas
quando regressa alguém,
e correm no corredor, fazem-se notar
e a do pinheiro antigo que no frio
e no silêncio sombrio da cidade
encolhe as raízes, escondidas
como um ferido as suas cicatrizes.


(Davide Rondoni, poema inédito, traduzido por José J.C. Serra)

[231] uma voz clama no deserto...

30.5.05
Na semana passada, na Sic Notícias, Medina Carreira no seu melhor. O Insurgente fez o favor de transcrever. Parece-me serviço público. Do bom. É favor apertar o cinto de segurança.

[230] liberdade?

29.5.05

(Corey Barksdale, Freedom Dance)


Freedom, freedom
Is this freedom?
Is it freedom?
Because I've been fighting wars I'll never win
Been losing all my life

Is this freedom?
Is this freedom?

Too high, too low
Too young to know
Too high, too low
Too quick, too slow
All my life, all my life

Freedom, freedom
Is this freedom?
Is it freedom?
Because I've been searching for that harvest moon
Been searching all my life

Is that freedom?
Is that freedom?

Too high, too low
Too young to know
Too high, too low
Too quick, too slow
All my life, all my life

(Perry Blake, Freedom, in The Crying Room)

[229] a sala do pranto



A novíssima SALA DO PRANTO é uma obra magnífica: textos simples, intensos e músicas suaves, envolventes. O seu autor é o eremita irlandês Kieran Gorman, mais conhecido por Perry Blake. A Quasi Edições teve a ideia interessante, bonita de publicar uma obra com todas as lyrics do Perry (These Pretty Love Songs) a que anexou o Cd The Crying Room, que sai pela Europa fora em Setembro de 2005 e que em Portugal saiu neste maravilhoso mês de Maio. De seguida, um tema dos mais cativantes: If you don't want me.

Clueless we soldiered on
Stillborn to worlds unknown
People who've never been
They cry no tears at all

If you don't want me
Let me know
If you don't need me
Then let me go
If you don't love me anymore
Then you don't love me any less

Clear skies were never mine
Dark clouds are all
I've known
That people who've never seen
True love could only know

If you don't want me
Let me know
If you don't need me
Then tell me so
If you don't love me anymore
Then you don't love me any less

If you don't want me
Let me know
If you don't need me
Then let me go
If you don't love me anymore
Then you don't love me any less

You don't love me any less

[228] sobre a vida

28.5.05


(Sergei Savchenko, Existential Motif II)


A vida não é uma brincadeira.
Leva-a- a sério
como faz o esquilo, por exemplo,
sem nada esperares
de fora ou no além.
Tens apenas que viver.
A vida não é uma brincadeira.
Leva-a a sério,
mas tão a sério
que, posto contra a parede, por exemplo, de mãos atadas,
ou dentro de um laboratório
de bata branca e óculos grandes,
morras para que outros vivam,
outros de quem nunca verás o rosto,
e morras sabendo
que nada é mais belo, nada é mais verdadeiro do que a vida
Leva-a- a sério,
mas tão a sério
que aos setenta anos, por exemplo, plantarás oliveiras
não para as deixares aos teus filhos
mas porque embora a temas
não acreditas na morte
e sabes que a vida tem mais peso.
(Nazim Hikmet)

[227] sobretudo o homem

(Sergei Savchenko, In the Light )

Não vivas nesta terra como um estranho ou como um turista na natureza. Vive neste mundo como na casa do teu pai: acredita no grão, na terra e no mar, mas sobretudo, acredita no homem. Sente a tristeza do ramo que seca, do astro que se apaga, do animal ferido que geme, mas sobretudo, sente a tristeza e a dor do homem. Ama as nuvens, os carros, os livros, mas sobretudo, ama o homem. Que todos os bens da terra te tragam alegria: a sombra e a luz, as quatro estações, mas sobretudo, numa medida bem calcada, que o homem te traga alegria. (Nazim Hikmet, da última carta ao filho)

[226] manhã ondulada

(Sergei Savchenko, Blue Wave)

Vivemos num mar de histórias e, tal como o peixe será (segundo o provérbio) o último a descobrir a água, temos as nossas dificuldades em perceber o que é nadar em histórias. Não que nos falte competência para criar as nossas considerações narrativas da realidade - longe disso. Somos, pelo contrário, demasiado peritos. O nosso problema é, antes, conseguir a consciência daquilo que fazemos automaticamente com tanta facilidade, o velho problema da prise de conscience. (Jerome Brunner, A cultura da educação, Lisboa, Ed. 70, p. 194)

[225] o homem certo no lugar certo

25.5.05
Como parece sugerir o muito cá de casa, o eng. A. Guterres, que andou fugido desde a noite das Autárquicas de Dezembro de 2001, é o homem certo no lugar certo.

[224] o regresso...


O A.J. trouxe-me de volta o meu A vida de Pi, do Yann Martel. Saudades imensas deste livro, que nasceu quando o autor estava com fome (primeira frase da obra)...
Tenho uma queda para o trágico e para o heróico, características em que a vida do Sr. Piscine Molitor Patel, cidadão indiano, abunda.
A leitura, quase compulsiva (como acontece quando amo o livro), desta obra, remeteu-me para outro herói trágico: o Papillon do Henri Charrière, que li na adolescência.
Talvez nada haja de comum entre estas duas obras. Até mesmo os anos que as separam são quase três décadas...
Mas um elástico emocional mantêm-nas ligadas na minha memória afectiva: a luta corajosa, sem algazarra, no meio da adversidade absurda que a circunstância cria.

[223] Vai uma birra anti-cidadania?!

Perante o anúncio do aumento do I.V.A. de 19% para 21%, eu, profissional liberal, tenho vontade de dizer: «Não pago, não, não pago, não pago!»

[222] aos vencidos

21.5.05

O que ontem era esperança (Superliga e Uefa), hoje é dura realidade. Alguém apodou esta época do Sporting como o ano do Quase, o amigo João preferiu chamar em causa um bichano... Alguns amigos enviaram-me as inevitáveis graçolas (desde o perú Ricardo, ao melão em promoção, passando pela anedota das três novas contratações do Sporting vindas directamente da China, a saber o Xau-taça, o Xau-liga e o Xau-uefa - desde o Set-um que não se viam tantos chineses em Lisboa -)...

A semana foi negra! Por sugestão do Blue Everest consolei-me a ouvir estes senhores, sobretudo, Tears transforming. E tenho a dizer que há muita honra em ser-se derrotado, muito carácter em lutar e perder! Porque a história também é feita dos vencidos!

[221] sentimos

12.5.05


(Alfred Gockel, Blinding Light )

Um dos desconhecidos do nosso tempo é o sentimento. Equivocamo-nos ao julgarmos que o homem dos nossos dias vive dele. Quando muito, hoje, erigiu-se a emoção epidérmica ao cargo de guia do nosso agir. Talvez por contraponto a um frio racionalismo adultiforme, que caracterizou gerações anteriores. O sentimento, esse ignoto, permanece na sombra das nossas vivências, qual estrangeiro, ora como obstáculo à tomada de decisões «racionais» - diz-se -, ora como preconceito definidor de género ou de características da personalidade. A este estado de coisas chamou-se «analfabetismo emocional» ou, numa terminologia mais difícil, «iliteracia emocional».
A arte de cuidarmos de nós próprios tem de fazer o caminho inverso. Sugere-nos, antes de mais, que tomemos consciência de que sentimos. Um exercício muito simples facilita-nos a tarefa: verbalizar em voz alta o fluxo da nossa vida interior completando a frase «Neste momento, sinto... (tristeza, alegria, raiva, ternura...)». Mas não chega. É fundamental identificar, dar um nome, à emoção que sentimos, já que cada emoção veicula informação diferenciada. Se o leitor elaborar uma lista dos sentimentos e emoções que conhece, aprenderá a etiquetar o que vai sentindo, criando assim uma espécie de léxico do coração. O momento fulcral na gestão das emoções é o de as experimentarmos, ficando com elas, aceitando-as, dando-lhes as boas-vindas, independentemente de convidarem à aproximação (alegria, ternura...), ao afastamento (raiva, medo...) ou ao isolamento (tristeza...). Como as emoções são mensageiras que nos informam sobre o que se está a passar connosco quando interagimos com o mundo, com os outros e connosco próprios, é fundamental que lhes prestemos atenção.
O pequeno itinerário acabado de enunciar é apenas o primeiro passo da inteligência emocional. Outros passos se seguirão: a expressão, ou não, dos sentimentos (silenciar, explodir, ou exprimir adequadamente?) e, sobretudo, a integração do sentimento com a razão. Como diz A. Damásio «é perigoso pensar que as emoções decidem por nós [...], pensar que o aparelho das emoções e dos sentimentos é um aparelho automático, sem deliberação humana». E é precisamente nesta conjugação entre cabeça (razão) e coração (sentimento) que o nosso agir resulta criativo e plenamente humano. O canadiano L. Greenberg (psicoterapeuta fundador da Terapia Centrada nas Emoções) afirma que «a inteligência emocional implica que as nossas emoções nos mobilizem para a acção e que a nossa razão nos oriente no agir [...]».
Sendo certo que amiúde oscilamos entre o emocionalismo desenfreado (pensamos com o coração) e o racionalismo calculista (sentimos com a cabeça), o cuidado de si postula uma terceira via: a educação dos sentimentos. Mas a questão que aqui deixo a ressoar é: onde aprender esta arte e quem a ensinará? Estará a família preparada para favorecer esta aprendizagem? E a escola? E as inúmeras agências educativas e de socialização? Ou teremos todos de entrar em terapia para sabermos o que são as emoções e os sentimentos, como funcionam e o que podem fazer por nós?

[220] para quem não gosta de ouvir...

5.5.05

Um amigo lampião diz que já não pode ouvir falar do leão. Não precisa de ouvir... aliás, sugiro-lhe mesmo algo para ver...

[219] ... será nossa?

[218] ... a arena...

[217] ... o leão...

( cortesia do site da UEFA)



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