[232] a ocupação de quem não tem medo
(monica stewart, whisper)
Conhecer a respiração, com exactidão
é a ocupação dos amantes
tocar
a água misteriosa
do rosto silencioso
dizer meu
amor como se nada fosse
a impaciente luz dos dedos
aquele que treme e não deixa
de tremer.
Conhecer a respiração do dia, a que sopra
pelo anoitecer
é doce anseio
se o ouro escuro, o nada
a sombra ardente
dos rostos que se tocam –
e queima a hipnose
das voltas do relógio.
Não levanteis os braços
contra a chegada das noites, da pura luz
exclamativa das estrelas.
Amar é a ocupação
de quem não tem medo.
(Davide Rondoni, traduzido por José J.C. Serra)
"Shall I compare thee to a summer's day?"
Shall I compare thee to a summer's day?
Thou art more lovely and more temperate:
Rough winds do shake the darling buds of May,
And summer's lease hath all too short a date:
Sometime too hot the eye of heaven shines,
And often is his gold complexion dimm'd;
And every fair from fair sometime declines,
By chance, or nature's changing course, untrimm'd;
But thy eternal summer shall not fade,
Nor lose possession of that fair thou owest;
Nor shall Death brag thou wander'st in his shade,
When in eternal lines to time thou growest;
So long as men can breathe, or eyes can see,
So long lives this, and this gives life to thee.
William Shakepeare
(1564 - 1616)
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