[247] mudei de roupa
30.6.05Título vertido para português, citação nova, template mais vivo, ainda que mínimo.
Nos próximos dias haverá mais.
Eugénio de Andrade, poeta esquecido pela Itália
Fechou os olhos aos 82 anos, na casa sobre o mar do seu amado Porto - que também se tornou sede da Fundação com o seu nome -, o poeta Eugénio de Andrade, o autor português mais traduzido e conhecido no mundo depois de Pessoa. As agências internacionais deram a notícia do facto no dia 13 de Junho e o acontecimento foi noticiado por alguns diários italianos no dia seguinte. Nalguns casos, para dizer a verdade, apenas poucas linhas; mas sobretudo nenhuma referência especial a um facto significativo: em Itália é praticamente impossível encontrar um livro seu traduzido. O único título ainda em comércio é "Vigilia dell'acqua" que C.V. Cattaneo organizou, editado pela Associazione Edizioni Empiria de Roma em 1990, volume muito difícil de encontrar até porque não tem ISBN. Outros títulos publicados nestes últimos anos, tais como "Ufficio di pazienza" (1997) e "Il sale della lingua" (1998) ambos das Edizioni del Bradipo e "Memoria d'un altro fiume" Messapo di Siena (1983) não se consegue encontrá-los porque os editores, entretanto, cessaram actividade, enquanto "Ostinato rigore: antologia poetica" (Abete, 1975) está esgotado. Algum editor mais sólido estará interessado em remediar a situação "a posteriori"? (Fonte: Alice News)
O silêncio, no entanto, é muito mais verdadeiro do que a "palavra divina". Não necessita do espectáculo da correcção ou edição posterior, "melhorada".Quem resiste a dizer o que pensa sobre o mundo, os livros, as outras pessoas, tem sobre aqueles que falam e escrevem a vantagem de uma profunda e sábia modéstia: não lhe é preciso "dizer" para sentir que existe; não necessita de se definir por oposição ao que o rodeia.Talvez o silêncio, então, não seja qualidade dos homens - mas apenas dos deuses. Eles não precisam de se mostrar para existir, não necessitam sequer de provar a ninguém que existem. Basta-lhes existir. Para bom entendedor nenhuma palavra basta.