[75] Narrar a cidade (IV): o combóio 2
Mas já em meados do século XX o sonho desaparecera. É suficiente olhar para os carris que se adentram pelo pórtico para perceber que o aparelho do progresso se transforma em instrumento de opressão, de extermínio. Uma mancha que a memória não consegue apagar. Hoje, as ervas rasteiras vencem o ferro da linha, quase num grito de vitória em que vida tem sempre a última palavra. Mas os carris lá estão... opressivos... à espera de quem os reactive, a dizer que o totalitarismo anda sempre à espreita das suas vítimas.