[262] um exercício de esperança para as férias
2. O exercício consiste em três movimentos: reconhecer as coordenadas visíveis e invisíveis da própria vida; dar significado às nossas experiências; agradecer.
3. Vamos então em busca das coordenadas visíveis que orientaram a nossa vida nos últimos tempos.
No âmbito profissional: como está a minha situação profissional? Há progressão ou estagnação (não necessariamente em termos de carreira, mas, sobretudo, ao nível das competências e das capacidades)? Considero-me justamente remunerado? Posso fazer alguma coisa a respeito? Consigo equilibrar e harmonizar o trabalho com as outras áreas da minha vida e com o tempo livre?
No âmbito relacional: tenho feito novos amigos? Perdi alguns? Quais são os meus relacionamentos que precisam de ser repensados, renovados, abandonados, aprofundados? Dou e recebo de maneira equilibrada?
No âmbito afectivo/familiar: a relação com o/a companheiro/a está mais íntima ou mais afastada? Ainda há um projecto em comum que nos anima? Precisamos de dar um novo impulso à nossa relação? Como? Com os filhos, sinto-me atento ao seu desenvolvimento e procuro criar uma relação educativa que contemple o afecto, a orientação e a liberdade?
Na área do empenhamento social: sou activo e participo em actividades em prol da comunidade e da sociedade civil? Ou limito-me a criticar e a lamentar-me do país em que vivo? Sinto que tenho uma palavra a dizer na mudança do estado das coisas?
Na área da espiritualidade: que papel desempenha a espiritualidade na minha vida? É um adereço folclórico ou informa os vários âmbitos da minha vida no dia a dia e motiva-me a ser uma pessoa melhor, mais activa e lúcida?
4. A nossa experiência também é feita de coordenadas invisíveis. Neste exercício é bom que indaguemos as motivações de tudo o que fazemos. Porque faço o que faço nos vários âmbitos atrás descritos? Porque me levanto para ir trabalhar? Qual o projecto que anima a minha vida? Que sentido tenho procurado dar à minha vida?
5. Por fim, seria bom dar um título ou atribuir uma metáfora que resuma e sintetize o que vivemos nestes últimos tempos e a experiência feita. Alguns exemplos: «2005, o ano em que nada aconteceu»; «Obrigado»; «O regresso da formiga: trabalho, trabalho, trabalho»; «As aventuras de um umbigo: eu, eu, eu»; «Ano a jacto: passou tudo demasiado rapidamente»; «Sim à vida», «Sim à liberdade e ao compromisso», «A minha vida actual: um deserto orvalhado de esperança», etc.
7. Atenção: o exercício exige um não decidido ao pessimismo e à crítica gratuita e um sim igualmente decidido à esperança e ao desejo de crescer.
(pinturas de Carl Frederic Aagaard: Pergola in Amalfi; View to The Amalfi Coast; Lodge on Lake Como)