[163] ... dai-me esta calma, esta pobreza!
(diego rivera, a noite dos pobres)
Ser a moça mais linda do povoado;
pisar, sempre contente, o mesmo trilho;
ver descer sobre o ninho aconchegado
a bênção do senhor em cada filho.
Um vestido de chita bem lavado,
cheirando a alfazema e a tomilho;
com o luar a matar a sede ao gado,
dar às pombas o sol num grão de milho...
Ser pura como a água da cisterna,
ter confiança numa vida eterna,
quando descer à «terra da verdade»...
Meu Deus, dai-me esta calma, esta pobreza!
Dou por elas meu trono de Princesa,
e todos os meus reinos de Ansiedade.
(florbela espanca)