[156] aligeiramento da existência vs. consciência trágica
(e. hopper, pessoas ao sol)
[...] o aligeiramento é o equivalente moderno daquilo a que chamamos a libertação ou a redenção nas religiões clássicas como o cristianismo. Aquele que aligeira substitui aquele que salva, é a quintessência dos tempos modernos.
Um erro? Sim, talvez. Claro que é um erro para uma cultura passar-se por cima da questão da libertação, é um erro para os homens mostrarem-se mais leves do que aquilo que podem sê-lo. Mas seria também um erro apelar à tragédia com a única finalidade que tudo reencontre a sua digna dureza e que nós possamos de novo enfeitar-nos com a nobreza ontológica do peso.
Para mim, o compromisso entre o leve e o pesado exprime-se da seguinte maneira: tanto aligeiramento quanto for possível, tanta consciência trágica quanta for necessária.
[P. Sloterdijk (1999). Ensaio sobre a intoxicação voluntária. Lisboa. Fenda]
You do your best to avoid tragedy but sometimes you don't even have the choice... Por exemplo: Pessoa ainda parece que pôde escolher - e a ironia permitiu-lhe evitar a tragédia. Mas a Sá-Carneiro não o salvou da tragédia a ironia - e poetas como Holderlin não tiveram escolha. Em teoria tudo é possível. Mas há o destino.
(abraços, José, pelos magníficos posts)
7:26 da tarde
Ah, amigos, pero la tragedia, a veces, nos da el atractivo de la trascendencia... :)
Buscar la autenticidad no es una lucha fácil.
Saludos,
Blue Thing
2:33 da manhã
tanta consciencia tragica quanto for necessaria, tanto aligeiramento quanDo for necessario
8:14 da manhã
tanto aligeiramento quanto for possível, tanta consciência trágica quanTa for necessária.
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