[12] Possuir a beleza
Numa das leituras de verão, fui levado a questionar-me sobre a possibilidade de «possuir», no sentido de «levar comigo», a beleza dos lugares que visitei, das leituras que fiz, dos «objectos» artísticos que contemplei e, sobretudo, das pessoas que conheci. Inspirou-me John Ruskin (http://www.victorianweb.org/authors/ruskin/ruskinov.html) para quem só existe uma maneira de possuir efectivamente a beleza: ou seja, COMPRENDÊ-LA, tomando consciência em nós dos factores (psicológicos e visuais) que são responsáveis pelo sentimento que se lhe refere. Para tal, o meio mais eficaz de conseguirmos uma tal tomada de consciência é tentarmos descrever os lugares (objectos, pessoas, etc.) belos através da arte, da escrita ou do desenho, sem perdermos tempo a considerar se acaso teremos um mínimo de talento que justifique fazê-lo.
Umas férias assim, em busca da beleza, vale a pena passar. Mas não será, pelo contrário, o programa de toda uma vida, o de procurar compreender («ligar dentro» de nós), ler dentro (intus legere = buscar a inteligibilidade) de nós tudo o que experimentamos com os sentidos, conhecemos com a mente e o afecto, decidimos com a vontade e actuamos no concreto? Não será este o projecto que vale a pena viver: buscar a beleza! A beleza dos locais, das criações artísticas, e maxime, buscar a beleza das pessoas!
Haverá ainda espaço para a beleza? Haverá ainda tempo para a beleza? Será que ainda vamos a tempo de suplantar a fealdade com a beleza?
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