[11] O cheiro das religiões
No livro O senhor Ibrahim e as flores do Corão, de Eric-Emmanuel Schmitt, encontrei uma passagem preciosa sobre um inusual critério de diferenciação entre as religiões: o cheiro! O personagem principal, o senhor Ibrahim, é muçulmano, por isso, prefere o cheiro da mesquita. Ora leiam e depois reflictam sobre o cheiro da vossa fé!
Jogávamos a muitos jogos. Ele fazia-me entrar nos monumentos religiosos com uma venda nos olhos para que eu adivinhasse a religião, pelo cheiro.
- Aqui cheira a círios, é católico.
- Aqui é Santo António.
- Aqui cheira a incenso, é ortodoxo.
- É verdade, é Santa Sofia.
- E aqui cheira a chulé, é muçulmano. Não, na verdade, que raio de odor...
- O quê?! Mas é a Mesquita Azul! Um local onde podes sentir o odor corporal não é suficientemente bom para ti? Nunca cheiras dos pés? Enoja-te um local de oração feito para os homens, com homens presentes? Tens mesmo ideias de parisiense! Para mim, este perfume de meias, tranquiliza-me. Digo para comigo que não valho mais do que o meu vizinho. Sinto o meu cheiro, o dos outros e, portanto, já me sinto melhor!
Jogávamos a muitos jogos. Ele fazia-me entrar nos monumentos religiosos com uma venda nos olhos para que eu adivinhasse a religião, pelo cheiro.
- Aqui cheira a círios, é católico.
- Aqui é Santo António.
- Aqui cheira a incenso, é ortodoxo.
- É verdade, é Santa Sofia.
- E aqui cheira a chulé, é muçulmano. Não, na verdade, que raio de odor...
- O quê?! Mas é a Mesquita Azul! Um local onde podes sentir o odor corporal não é suficientemente bom para ti? Nunca cheiras dos pés? Enoja-te um local de oração feito para os homens, com homens presentes? Tens mesmo ideias de parisiense! Para mim, este perfume de meias, tranquiliza-me. Digo para comigo que não valho mais do que o meu vizinho. Sinto o meu cheiro, o dos outros e, portanto, já me sinto melhor!