[63] Desabafos dos traumatizados
Primeiro desabafo. Ontem, telefonou-me o AJ para que ligasse o televisor na Sic Notícias: o PM relatava da decisão do PR. Assim fiz e assim vi e, ainda de TM na mão, ouvi o desabafo do AJ: «Que nojo! Só me apetece emigrar! Esta malta não sabe ao que anda nem o que quer!».
Segundo desabafo. Mais tarde, talvez já hoje de manhã, num dos canais, vi o representante dos correspondentes estrangeiros em Portugal - um senhor italiano de que, infelizmente, não lembro o nome – a responder à habitual pergunta que os portugueses adoram fazer a um estrangeiro: «Mas lá fora, nos outros países, como é que se vê esta crise da política portuguesa?» (que é uma variante da pergunta mais simples: «O que é que acha de Portugal?)». A resposta foi que, lá fora, não se via a crise da política portuguesa!
Juntando o primeiro episódio ao segundo, já se vê no que dá, não é? Ir para bem longe, onde não se fale desta gente, onde não se vejam estas caras impunes e satisfeitas de si próprias, onde não se ouçam estas vozes que se insinuam, que enganam, que tentam convencer...
Há uma palavra inglesa, resilience, que indica a capacidade que um determinado material deve possuir para absorver um embate sem se quebrar. Na sua aplicação psicológica, a palavra – aportuguesada – resiliência quer exprimir a capacidade de enfrentar os conflitos, os traumas, a adversidade transformando-as em ocasião de crescimento humano. Ou seja, aguentar sem quebrar! E os psicólogos – «esse irmãos mais velhos de um jardim zoológico de animais domésticos» (DBC Pierre, Vernon Little. O bode expiatório), dizem que o primeiro passo da resiliência é o sentido de humor!
E eu, como preservo a minha saúde psicológica, telefonei ao AJ e resolvemos ultrapassar os nossos traumas dando uma valente gargalhada à custa da política nacional e dos representantes do Estado, essas bestas impunes que não nos deixam em paz.
Segundo desabafo. Mais tarde, talvez já hoje de manhã, num dos canais, vi o representante dos correspondentes estrangeiros em Portugal - um senhor italiano de que, infelizmente, não lembro o nome – a responder à habitual pergunta que os portugueses adoram fazer a um estrangeiro: «Mas lá fora, nos outros países, como é que se vê esta crise da política portuguesa?» (que é uma variante da pergunta mais simples: «O que é que acha de Portugal?)». A resposta foi que, lá fora, não se via a crise da política portuguesa!
Juntando o primeiro episódio ao segundo, já se vê no que dá, não é? Ir para bem longe, onde não se fale desta gente, onde não se vejam estas caras impunes e satisfeitas de si próprias, onde não se ouçam estas vozes que se insinuam, que enganam, que tentam convencer...
Há uma palavra inglesa, resilience, que indica a capacidade que um determinado material deve possuir para absorver um embate sem se quebrar. Na sua aplicação psicológica, a palavra – aportuguesada – resiliência quer exprimir a capacidade de enfrentar os conflitos, os traumas, a adversidade transformando-as em ocasião de crescimento humano. Ou seja, aguentar sem quebrar! E os psicólogos – «esse irmãos mais velhos de um jardim zoológico de animais domésticos» (DBC Pierre, Vernon Little. O bode expiatório), dizem que o primeiro passo da resiliência é o sentido de humor!
E eu, como preservo a minha saúde psicológica, telefonei ao AJ e resolvemos ultrapassar os nossos traumas dando uma valente gargalhada à custa da política nacional e dos representantes do Estado, essas bestas impunes que não nos deixam em paz.
E é este o convite que deixo aos eleitores portugueses: nas próximas eleições, quando inserirem o voto na urna, soltem uma valente gargalhada de homenagem aos nossos representantes... estarão a cumprir o dever e a usufruir do direito e, ao mesmo tempo, a preservar a vossa saúde mental.