– Liberdade, que estais no céu... Rezava o padre nosso que sabia A pedir-te, humildemente, O pão de cada dia. Mas a tua bondade omnipotente Nem me ouvia.
– Liberdade, que estais na terra... E a minha voz crescia De emoção. Mas um silêncio triste sepultava A fé que ressumava Da oração.
Até que um dia, corajosamente, Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado, Saborear, enfim, O pão da minha fome. – Liberdade, que estais em mim, Santificado seja o vosso nome.
Miguel Torga ainda:
Diário XII
Liberdade
– Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre nosso que sabia
A pedir-te, humildemente,
O pão de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.
– Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
– Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
Albufeira, 28 de Agosto de 1975
» Enviar um comentário