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[107] o sentido de um blogue


Quando começo a questionar-me sobre determinada experiência é sinal de que chegou o momento de a tentar compreender. De perceber, antes de mais, o seu sentido. Só depois avalio os efeitos. Existem muitos blogues. Nascem todos os dias. Alguns já terminaram, outros vão de férias, outros ainda são como pirilampos, intermitentes, ora param ora avançam.
O Cura di Sé iniciou há pouco mais de dois meses. Qual o seu sentido? Blue Everest diz-me que sou silencioso, discreto, intimista. Palavras que considero elogiosas, embora a do intimista me arrepie um pouco. Mas aceito-a. No fundo, também somos um pouco como os outros nos vêem. E está bem assim.
Diz Turoldo, poeta italiano já falecido: scrivere è confessarsi, è donarsi; scrivere è liberarsi. Io non posso non scrivere. É experiência corrente na vida de muitos escritores esta necessidade imperiosa. Escrever é como respirar, terá dito, mesmo, alguém. O Cura di Sé também tem tido esta função, tornando-se mesmo viciante. É um espaço de libertação e de resposta a uma necessidade.
Um blogue é também espaço de encontro: lê-se o dos outros e é-se lido. E as surpresas agradáveis não cessam de ocorrer. É uma mesa em redor da qual se podem partilhar o pão e o vinho - da cultura, das experiências pessoais, da própria visão do mundo -, no enriquecimento recíproco. A frieza de um teclado e a luminosidade opaca de um ecrã transformam-se num instrumento de permuta criativa, crítica e, por que não, afectuosa.
Uma das experiências de escrita que me tem acompanhado ao longo dos anos é a que costuma designar-se por hypomnemata. Antes de dizer o que é, refiro que os vários cadernos em que apliquei esse processo de escrita foram sendo compilados e, seguidamente, destruídos. Foi censurado por fazê-lo e, em certa medida, também me arrependo de o ter feito. Mas o caminho da vida aponta para a frente.
Em 1997, veio-me parar às mãos a tradução portuguesa de um livrinho de Michel Foucaul intitulado O que é um autor? (Lisboa, Vega). Lê-se a certa altura:
Na sua acepção técnica, os hypomnemata podiam ser livros de contabilidade, registos notariais, cadernos pessoais que serviam de agenda. O seu uso como livro de vida, guia de conduta, parece ter-se tornado coisa corrente entre um público cultivado. Neles eram consignadas citações, fragmentos de obras, exemplos e acções de que se tinha sido testemunha ou cujo relato se tinha lido, reflexões ou debates que se tinha ouvido ou que tivessem vindo à memória. Constituíam uma memória material das coisas lidas, ouvidas ou pensadas; ofereciam-nas assim, qual tesouro acumulado, à releitura e à meditação ulterior...

Sem mais.
Parece-me que é por isto que por aqui ando.
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11:13 da manhã

Cuanto más leo la Cura, más me arrepiento de no conocer bien el portugués para aprovecharla a fondo. Es muy gratificante pare mí saber que alguien puede ir un poco más allá del Duero y el Tajo, y comprenderme. Lástima que estés tan lejos.

Buena Noche,
Blue Thing    



1:47 da tarde

«Hypomnemata» creio que corresponde bem ao que é um blogue. Os blogues serão diferentes na intenção, mas no fundo tudo se resume a isso:« memória material das coisas» acontecidas (só acontece o que nós «vemos» ou «sentimos» acontecer; e no «não acontecer nada» para uma pessoa podem ter acontecido tantas coisas para outra...    



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