<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d8680301\x26blogName\x3dcuidado+de+si\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://curadise.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://curadise.blogspot.com/\x26vt\x3d-5782357060185373402', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

[373] Leituras em progressão

«Hoje sei que há beleza e beleza; e isto vale também para os lugares, não só para as pessoas. Aqui não há desertos rendilhados pelo vento ou montanhas sobranceiras aos lagos, baías que abraçam o mar e ilhas no fio do horizonte, há apenas uma serena fiada de vinhas ordenadas, chãs e ladeiras; e há quem ouça uma música com cheiro a bosque depois da chuva. Quem a trabalha, à terra, finge não vê-la, à beleza: acha uma cisma de preguiçosos parar a contemplar o vale quando a sombra o alaga ou o sol inunda o bosque e desenha um caminho. Não é desprezo ou desatenção, apenas hábito. A terra é a terra, o bosque é o bosque e a vinha é a vinha. E ninguém perde tempo a recordar quando foi erguida – por obra sabe-se lá de quem – a torre de San Biagio, toda virada a norte, com o musgo a roer-lhe as pedras. Alguns chamam-lhe Torre da Vingança, ainda que de lá de cima não se veja quase nada por causa do nevoeiro persistente. No meu coração sempre achei que se deveria chamá-la Torre da Vingança. Uma vingança gentil, entenda-se; talvez nem mesmo o termo «vingança» seja o certo, seria melhor dizer despique ou desforra, e não apenas a minha pessoal, mas a de todos aqueles que nesta aldeia nasceram e morreram ao longo dos anos, e que arrancaram ao bosque um metro de terreno após outro, que cavaram com a enxada levantando torrão a torrão, tentando não olhar para aquele horizonte de bosques íngremes, infindos como as ondas do mar.»


[Benedetta Cibrario (2007). Rossovermiglio. tradução de José JC Serra]
« Home | Next »
| Next »
| Next »
| Next »
| Next »
| Next »
| Next »
| Next »
| Next »
| Next »

» Enviar um comentário


Site Meter Listed on Blogwise Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons License.