[95] Início
(Dickens, Snow trees)
De olhos fechados
escutamos
a música interior,
perdidos em perguntas e pensamentos:
o nosso espírito corre
pelos oitos cantos do universo,
a mente voa a grandíssima distância;
só então a voz interior
pode tornar-se clara
e os objectos numinosos.
Transbordamos
a essência das palavras,
saboreando a sua doçura.
É como ir à deriva
num lago celestial
ou mergulhar nas profundezas marinhas.
Trazemos pérolas vivas,
como peixes agarrados ao anzol
que estrebucham vindos do abismo.
Palavras claras,
como pássaros abatidos por flechas
arremessadas de nuvens passageiras.
Metemos palavras e imagens
entre as que não foram recolhidas
pelas gerações passadas.
Há mil anos
as nossas melodias
não eram tocadas.
Desabrocham as flores da manhã,
em breve, os rebentos da noite vão fechar-se.
Passado e presente misturam-se:
a eternidade
num único pestanejar.
(LU JU, A arte da escrita)
De olhos fechados
escutamos
a música interior,
perdidos em perguntas e pensamentos:
o nosso espírito corre
pelos oitos cantos do universo,
a mente voa a grandíssima distância;
só então a voz interior
pode tornar-se clara
e os objectos numinosos.
Transbordamos
a essência das palavras,
saboreando a sua doçura.
É como ir à deriva
num lago celestial
ou mergulhar nas profundezas marinhas.
Trazemos pérolas vivas,
como peixes agarrados ao anzol
que estrebucham vindos do abismo.
Palavras claras,
como pássaros abatidos por flechas
arremessadas de nuvens passageiras.
Metemos palavras e imagens
entre as que não foram recolhidas
pelas gerações passadas.
Há mil anos
as nossas melodias
não eram tocadas.
Desabrocham as flores da manhã,
em breve, os rebentos da noite vão fechar-se.
Passado e presente misturam-se:
a eternidade
num único pestanejar.
(LU JU, A arte da escrita)
This entry was posted
on 21.12.04 at terça-feira, dezembro 21, 2004.
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